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Coligay do Grêmio: a corajosa revolução da primeira torcida LGBTQIA+ do futebol brasileiro

Coligay Grêmio
Imagem: Reprodução/ Youtube

Coligay, a vanguarda das torcidas

Nesta quarta-feira (28) é celebrado o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, data importante que enaltece a visibilidade e defende os direitos das pessoas da comunidade. Se ainda hoje o futebol luta para ser um ambiente mais inclusivo para todos, em 1977 a situação era ainda mais difícil. Mas nem isso impediu apoiadores apaixonados de demonstrar seu apoio ao Grêmio da maneira que se sentiam mais felizes.

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Inspirado pelos relatos de habituais clientes do Bar Coliseu, conhecido reduto gay de Porto Alegre à época, o empresário Volmar Santos teve a ideia de criar uma torcida organizada que animasse o estádio, por considerar a torcida tricolor “muito parada”. Entre as pessoas com quem conversava ele descobriu que os torcedores diziam ter receio em frequentar o Estádio Olímpico para apoiar o time, com medo de represálias e violência. Nasceu então a Coligay, com nome inspirado na boate frequentada pelos integrantes da torcida.

Em 10 de abril de 1977, um domingo de Páscoa, a organização fez sua estreia no estádio, em confronto do Tricolor com o Santa Cruz. O resultado: vitória do Imortal.  Com coreografias e cantos que exaltavam os jogadores da equipe, a Coligay inicialmente causou risos em outros torcedores. Porém, logo vieram as represálias, e Volmar começou a pagar aulas de karatê para que o cerca de 60 integrantes da torcida organizada pudessem se defender de eventuais ataques. 

Com apoio do então presidente Hélio Dourado, a Coligay foi reconhecida pelo clube como uma torcida organizada e ganhou até espaço para guardar seus instrumentos e roupas no estádio. Foi então que o grupo se consolidou como presença certa em jogos do Imortal.

Amuleto tricolor

Naquele ano, o Grêmio voltou a vencer o Campeonato Gaúcho após 8 títulos seguidos do rival Internacional, o que rendeu à Coligay a pecha de “amuleto”. Conhecidos como “coliboys”, os membros da torcida também viajavam para apoiar o Tricolor em jogos no interior, caravanas bancadas por Valmor, que fora eleito vice-presidente da torcida. As fileiras da organização chegaram a registrar mais de 150 integrantes, números impressionantes para a época. 

A torcida se manteve em atividade até o ano de 1983, quando Valmor precisou sair de Porto Alegre, mas sua história até hoje inspira e fascina. 

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