Bons exemplos para acreditar em Suárez para a temporada inteira

Luis Suárez chegou no Grêmio e conquistou a torcida logo de cara, com seu bom comportamento e espírito de liderança e, mais importante, gols. Mas claro que há razões para ficar um pouco desconfiado: com 36 anos, o atacante uruguaio não está no auge físico e técnico que o fez ser um dos melhores atacantes do mundo. E a temporada brasileira é brutal para jovens e veteranos, atacantes e zagueiros.

O Grêmio volta para a Série A com a expectativa de recuperar seu prestígio e as posições próximas da ponta da tabela. Se sonhar com título pode ser demais, com as odds em sites como o betsbola aposta online já pintando o Palmeiras e Flamengo como favoritos novamente, uma campanha como a de 2006, também em volta após um ano na segunda divisão, é um sonho possível.

Se há vários exemplos de jogadores próximos do fim de carreira que não conseguiram manter o bom rendimento e a empolgação gerada por suas contratações –  e pouco depois se aposentaram (o compatriota Diego Forlán é um bom exemplo), há alguns bons exemplos para ficar empolgado. Inclusive um jogador que nem precisou cuidar tanto da parte física para se destacar.

Clarence Seedorf

Quando chegou no Botafogo aos 36 anos, depois de 10 anos no Milan e todos os títulos possíveis em clubes, Clarence Seedorf surpreendeu a todos. É natural que jogadores veteranos brasileiros voltem ao Brasil para se aposentar e gastar a última gasolina no tanque, mas o jogador holandês ainda estava em plena forma física e motivado.

Seedorf jogou uma temporada e meia no clube, conseguindo um título carioca e levar o Fogão para a Libertadores depois de 18 anos. Ele se aposentou como jogador do Botafogo e começou sua carreira de treinador imediatamente, voltando ao Milan. Dentro e fora de campo o holandês cumpriu seu papel.

Ricardo Oliveira

O centroavante ainda está em atividade, jogando por clubes de menor expressão, e sua trajetória de carreira é bem diferente da de Suárez. Mas o que conta para entrar neste texto é sua dedicação física e exemplo aos mais jovens, o que parece que o uruguaio também têm como pontos fortes.

Ricardo Oliveira voltou ao Santos com um contrato de produtividade de apenas três meses em 2015, mas ficou até 2017, ganhou dois títulos paulistas, chegou na final da Copa do Brasil, fez gols importantes e foi um líder de elenco importante para jovens como Gabigol, Bruno Henrique, Lucas Lima e Lucas Veríssimo.

Ronaldo

Se os dois exemplos acima são referências de bom condicionamento físico, Ronaldo já não estava no auge, claramente, nesse critério, bem longe de sua campanha histórica de artilheiro na Copa de 2002. Mas sua qualidade técnica, capacidade de liderança e apelo midiático compensaram, especialmente no primeiro ano de Corinthians.

No Timão, Ronaldo alavancou as receitas do clube e foi um protagonista na impulsão do clube paulista de time que acabou de voltar para a Série A para campeão paulista e da Copa do Brasil com Ronaldo, do Brasileirão em 2011 e da Libertadores e Mundial em 2012.

Desafios que Suárez irá encarar

Os três exemplos acima dão ideias do papel que Suárez pode empenhar no atual momento do Grêmio, voltando à Série A depois de um rebaixamento difícil de explicar até agora.

Se na última passagem de Renato Portaluppi o treinador era a estrela do espetáculo – e algumas vezes isso não foi positivo -, Suárez agora pode tirar um pouco o peso do grande ídolo, além de auxiliar jogadores jovens com sua experiência. Esse com certeza é um dos objetivos da contratação do novo presidente, Alberto Guerra.

É natural que o desempenho na Copa do Brasil e Brasileirão não seja o mesmo do primeiro semestre. Também é esperado que o uruguaio seja poupado de alguns jogos e viagens para diminuir o risco de lesão, que com 36 anos são mais difíceis de recuperar.

Mas cumprindo em diferentes partes do ano o seu papel de líder de elenco, protagonista de ações de marketing e referência técnica, o atacante sem dúvidas fará sua passagem por Porto Alegre ser muito lembrada.