Entre Felipão e Tite, Roger revela com qual se parece mais no comando do Grêmio

Em sua segunda passagem pelo Grêmio, o técnico Roger Machado está prestes a reconduzir o Imortal de volta à Série A do Campeonato Brasileiro. Além disso, nesta temporada, o comandante ainda conquistou o Campeonato Gaúcho e a Recopa Estadual, seus primeiros títulos como treinador do Tricolor.

Ídolo como jogador do Grêmio, o profissional de 48 anos foi treinado no Imortal por duas figuras históricas do clube: Luiz Felipe Scolari e Adenor Bachi. Segundo Roger, em entrevista divulgada hoje (26) pelo site Globo Esporte, ambos os técnicos contribuíram para a sua formação como treinador.

De acordo com o atual comandante gremista, os ensinamentos de Felipão foram fundamentais no seu início de carreira como jogador, inclusive quando foi convocado para a Copa América no início dos anos 2000.

“Acho que tenho um pouco de cada (Tite e Felipão). Fui treinado por 33. Passaram 33 profissionais na minha vida. Eu aprendi com todos: com alguns, como se fazer a coisa certa; com outros, como não se fazer. E talvez o maior aprendizado tenha sido de como não se fazer. Talvez se eu tivesse trabalhado com o Felipão só lá no início, eu não tivesse absorvido tudo que ele tinha para me ensinar. Naquele período, com 19, 20 anos, eu só queria sobreviver naquele ambiente. Depois, fui convocado para a Copa América de 2001, e era o Felipão de novo. Aí, sim, retroagi tudo, aprendi tudo que precisava do ponto de vista do campo e absorvi tudo da questão de gestão dele, da Família Scolari”, afirmou o técnico gremista.

Ademais, Roger Machado ainda confidenciou momentos com o atual treinador da Seleção Brasileira, Adenor Bachi, que curiosamente busca suceder Felipão na sequência de títulos mundiais do Brasil. Para o comandante do Grêmio, Tite foi a primeira pessoa a ter identificado nele um potencial técnico de futebol.

“O Tite foi o cara que talvez tenha percebido minha vocação ou pelo menos meu interesse em me tornar treinador. Ele foi o primeiro cara que me deu um programa, que na época chamava Tática 3D. Era em disquete ainda. Ele me deu e disse: “Toma, que isso vai ser teu futuro. Tem computador? Bota na concentração”. Lembro que a gente fez um jogo de Campeonato Brasileiro, ele montou uma equipe já fazendo algumas observações para o jogo da Libertadores. No Campeonato Brasileiro, aconteceu, funcionou, e na Libertadores não funcionou, a gente acabou mudando no meio do jogo. A gente venceu. De madrugada, saí andando pelo corredor do hotel e, quando vi, trombei com ele. Ele disse: “Que tu tá fazendo acordado?”. Eu disse: “Pensando no jogo”. E ele: “Eu também não consegui dormir. Qual foi tua dúvida?”. E aí nós quase falamos juntos: “Por que funcionou no Brasileiro e a gente teve dificuldade na Libertadores? Vamos sentar ali, vamos tentar entender”, finalizou Roger.

Roger vive indefinição do seu futuro

Apesar de estar sendo muito criticado pela imprensa esportiva e pelos torcedores do Tricolor desde o início da Série B, o técnico Roger Machado viu a sua situação melhorar após a consolidação do clube gaúcho no G4 do campeonato nacional. Com 44 pontos na classificação, o Imortal é atualmente o terceiro colocado na tabela, possuindo 86,5% de chances de subir para a Série A.

Com apenas três derrotas e onze gols sofridos na Série B, a equipe gremista ocupa as quatro primeiras colocações do torneio desde a 13ª rodada, quando ganhou do Sampaio Corrêa, na Arena, no dia 18 de junho. Desde que chegou ao Grêmio em fevereiro deste ano, o treinador atingiu 17 vitórias, 12 empates e apenas sete derrotas em 36 jogos disputados (aproveitamento de 59%)

Em 2015, no seu primeiro trabalho na casamata pelo Tricolor, o técnico levou o clube gaúcho à terceira colocação da Série A, convencendo a torcida após uma bela campanha. No entanto, no ano seguinte, diante de algumas goleadas sofridas no Campeonato Brasileiro, o profissional foi demitido do cargo, dando lugar à Renato Portaluppi.