Filha de Everaldo, sobrevivente do acidente que matou o ídolo Grêmio, relembra o pai
O ídolo foi imortalizado na bandeira do Tricolor
“Ele está presente na história do Grêmio”, falou a filha de Everaldo
Há exatos 50 anos, uma tragédia abalou o futebol e o povo gaúcho. Em 27 de outubro de 1974, o lateral-esquerdo Everaldo Marques da Silva, campeão do mundo com a Seleção Brasileira e ídolo do Grêmio, morreu em um acidente de trânsito na BR-290. A fatalidade também vitimou sua esposa Cleci, sua filha mais nova, Daisy Gisele, de apenas 2 anos, e sua irmã Romilda. Everaldo, aos 30 anos, perdeu a vida em uma colisão entre seu Dodge Dart e um caminhão carregado com arroz.
Denise Helena Silva da Silva, a filha mais velha do jogador, foi a única sobrevivente da família. Hoje, aos 56 anos, Denise lembra com tristeza daquele dia. Tinha apenas 6 anos quando acompanhou o pai em uma viagem a Cachoeira do Sul para um jogo festivo e um ato de campanha política — Everaldo era candidato a deputado estadual. Ela recorda das arquibancadas do estádio e de uma parada em um posto de gasolina, onde o pai conversou com o amigo Loivo.
No retorno, dormindo no carro, Denise escapou com vida e foi socorrida. Ela soube da morte dos pais e da irmã quase um mês depois, pela diretora de seu jardim de infância.
— “Lembro que tinha um monte de chocolate na sala. E ela me disse: “preciso te contar que teu pai, tua mãe e tua irmã foram viajar. Pegaram um avião e foram lá no céu. E um dia, quem vai encontrar eles é tu. No dia que Papai do Céu te colocar nesse avião, tu vai se encontrar com eles”. Lembro dos meus tios, que estavam ali juntos para me dar a notícia, chorando. Eu não sabia se ria e chorava, não entendia. Aí, me deram um monte de chocolate e passou. Até hoje a morte para mim é uma coisa muito tranquila, não sei se é um bloqueio que eu tenho” — relata Denise para a reportagem da GZH.
O velório de Everaldo foi marcado por comoção e desespero, com milhares de pessoas presentes para dar o último adeus ao ídolo gremista. A estrela dourada na bandeira do Imortal eterniza sua memória e seu legado, um símbolo imortal para o clube e para o futebol gaúcho.
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Everaldo foi imortalizado na história do Grêmio
— “Quando vejo as pessoas saindo do estádio enroladas na bandeira, ele está ali. Quando eu passava pela Azenha (Olímpico) e via a bandeira, pensava: “lá está ele”. Então, ele está presente na história do Grêmio.” concluiu Denise para a GZH.