Grêmio inicia processo histórico de troca de chaves entre o Olímpico e a Arena após 12 anos de espera

Após 12 anos de espera, o Grêmio deu um passo histórico para encerrar o imbróglio envolvendo o Estádio Olímpico e a Arena do Grêmio. Na noite da última segunda-feira (27), o Conselho Deliberativo do clube aprovou os contratos firmados com o empresário Marcelo Marques, responsável pela administração da Arena, além das alterações estatutárias necessárias para o avanço do processo.

Com a aprovação, o clube poderá agora providenciar a baixa da Alienação Fiduciária em Garantia (AFG) — documento que garantia os empréstimos feitos pela OAS junto aos bancos durante a construção da Arena. As instituições financeiras reconheceram que foram ressarcidas, o que significa que a Arena está oficialmente livre de dívidas.

Próximos passos do processo de permuta

A fase seguinte será a troca de chaves entre o Grêmio, a Karagounis e a OAS 26. O clube pretende agendar o ato ainda em novembro, encerrando uma novela que se arrasta desde 2013.

A Karagounis já manifestou disposição em realizar o processo assim que for convocada. No entanto, a OAS 26 tem apresentado resistência e novas exigências, o que pode atrasar novamente a conclusão do acordo e gerar nova disputa judicial.

Entre as condições impostas pela OAS 26 está a definição sobre quem será responsável pela demolição do Estádio Olímpico. Segundo o Grêmio, essa função cabe à empresa Metha, sem qualquer envolvimento do clube.

Disputas jurídicas e pendências no entorno da Arena

Outra exigência da OAS 26 envolve as obras do entorno da Arena, mas a Justiça já determinou que essa responsabilidade não é do Grêmio. Mesmo assim, a empresa alega que a Prefeitura de Porto Alegre e o Ministério Público Estadual continuam impondo obstáculos para a regularização dos habite-se dos prédios construídos próximos ao estádio.

A construtora também reclama da demora nas licenças para novos empreendimentos imobiliários na região. Apesar disso, o Grêmio busca manter o foco em resolver as pendências que dependem apenas do clube.

Questões financeiras e divisão dos imóveis

Uma das pendências restantes é o pagamento do IPTU do Estádio Olímpico, que a Justiça determinou ser de responsabilidade exclusiva do Grêmio. O clube gaúcho já estuda formas de quitar a dívida para evitar novos bloqueios judiciais.

Com a conclusão da permuta, o Grêmio entregará metade do terreno do Olímpico à Karagounis, mantendo a outra parte sob sua posse. Já a Arena passará a ter duas titularidades — Grêmio e OAS 26 — até que a Justiça finalize a decisão sobre a divisão definitiva.