O assunto lesões no Grêmio é antigo. Mesmo com a criação do Departamento de Saúde, Ciência e Performance (DSCP) pela gestão vencedora Alberto Guerra, que conseguiu a proeza de trazer Luis Suárez, um dos maiores da história do futebol, os problemas físicos pioraram em 2023, chegando a atingir 38% do plantel do Tricolor, e mostrando como o grupo é insuficiente.
Depois, vieram os problemas decorrentes das lesões, com mudanças no esquema tático ‘perfeito’ que Renato Portaluppi tinha achado com os meias Pepê e Vina, cinco meias ofensivos avassaladores em todos os jogos, como no Fluminense. Por falta de opções ou teimosia, mesmo com o único ponta razoável do Tricolor, voltou a jogar com pontas, e o desempenho caiu.
Isso tudo após a novela para renovar com Walter Kannemann, que era dado como ‘carta fora do baralho’. Guerra foi lá e o buscou, ou melhor, o manteve. Embora o argentino tenha oscilado em 2023, ainda mais sem a presença do lesionado Geromel, ainda é o ‘xerifão’ do Grêmio.
Então, veio o ‘caso Adriel‘: Gabriel Grando entrou de última hora contra o Cruzeiro, ela segunda rodada do Brasileirão 2023; no pós-jogo, Renato ‘malhou’ o atleta – que realmente errou – explicando por que o colocou na reserva: basicamente, indisciplina e a troca de empresário.
Aquele que sempre deu dores de cabeça ao Imortal, Pablo Bueno, ‘dono’ de Ferreira – lesionado grau III – e outros jovens gremistas.
O ‘caso Adriel’ tomou proporções gigantescas, muito bem aproveitadas por quem queria criar crise na maior torcida do Sul, ou por torcedores que foram na ‘onda’ da polêmica.
Grêmio não pode perder o foco; questão de empresários deve ser interna e revista por Guerra
Os fatos, no entanto, devem ser encarados: chega de especulações. O Grêmio perdeu para o Cruzeiro, com grandes defesas de Grando, e aquela ‘falha necessária’ no gol, que não pode faltar.
Brenno se machucou novamente. Nenhum dos dois goleiros inspira confiança, há anos, ajudaram a despencar para a B e a ‘parir uma bigorna’ para subir para a A.
O momento é de ser racional: que empresários como Pablo Bueno têm interferido excessivamente no Tricolor, ‘aliciando’ jogadores, principalmente jovens como Adriel, é verdade; que a direção precisa orientar e ‘proteger’ seus atletas, seu patrimônio líquido, é verdade. Mas, de fato, Renato e a direção poderiam ter sido mais vagos na exposição da crise Adriel e de empresários em público.
Adriel fez vídeo, a maioria da torcida entendeu como provocação, apesar de o atleta ter reconhecido que errou em entrevista não autorizada a Guerrinha. Alegou que sua família e ele ficaram magoados, que gostaria de fazer suas escolhas, e, em campo, ‘se garante’.
Vinha se garantindo. Deu-nos o Hexa do Gauchão, fazendo o que nossos outros goleiros não fazem: pegando pênaltis.
Agora, é hora de voltar a ‘internalizar’ certos assuntos e focar no CAMPO.
Que é o que faz um clube de futebol grande. Renato estabeleceu metas para 2023: primeiro Libertadores na fase direta, depois Brasileirão 2023, quem sabe o Hexa da Copa do Brasil. O time sem lesões, pelo que vinha jogando, tinha o melhor futebol do Brasil junto ao Fluminense – e esquema de jogo parecido.
Então, tudo desabou. Lesões, crises táticas e pessoais.
Sei que Adriel errou. Feio. Mas o Grêmio PRECISA focar em resultados dentro de campo. Eu, pessoalmente, não arriscaria ficar sem um goleiro confiável que já teve muitas oportunidades até julho. Adriel vinha sendo o preferido da CBF para as Olimpíadas, teria 23 anos, não ‘cortaria’ vaga com mais idade. Adriel é bom, talvez excelente goleiro.
E temos lesionados a recuperar, e um esquema tático a remontar!
Vamos deixar o extracampo um pouco com a gestão do Grêmio e fazer o que sabemos melhor: torcer para o Grêmio! Testar nosso coração a cada partida, e nunca abandonar o Grêmio!
