Nildo relembra passagem histórica pelo Grêmio
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Em 1994 o Grêmio estava em um período de recuperação. Depois de voltar para a Série A em 1993, o Tricolor Gaúcho estava com as finanças complicadas, sem muito poder aquisitivo para investir em um time com grandes estrelas. Contudo, com o comando de Fábio Koff e sob a batuta de Luiz Felipe Scolari, o clube soube aproveitar bem uma boa safra de jovens oriundos da base e buscar atletas não tão conhecidos para montar o elenco. Um deles foi Nildo, centroavante do Imortal em 1994 e o herói da conquista do bicampeonato da Copa do Brasil.
Nildo foi o principal expoente daquela conquista, sendo vice-artilheiro da competição e marcando gol em pelo menos um jogo das oitavas de final em diante. O atacante lembrou sua chegada ao clube, que foi marcada por muita desconfiança.
“Eu estava jogando na Caldense, fiz um bom campeonato e fui artilheiro do time. Ao término do campeonato eu iria voltar pra Belém, aí recebi uma ligação do presidente do clube sobre o interesse do Grêmio, como eu tinha 28 anos não acreditei. Cheguei por empréstimo, por três meses, sem moral e com uma desconfiança total. Eu só tinha jogado em clube pequeno no Brasil, o único grande foi o Cerro Porteño do Paraguai”, disse.
Nildo no Grêmio: o caminho para o título
Entretanto, com o decorrer dos campeonatos, Nildo foi conquistando espaço e correspondendo. O Grêmio estava com um elenco cheio de garotos da base e apostas, pois vinha sofrendo um processo de renovação de elenco.
Com a equipe encaixada no esquema de Felipão, Nildo se destacou principalmente na Copa do Brasil ao anotar gol nas oitavas de final, contra o Corinthians no empate por 2 a 2, no confronto que terminou 1 a 0 para o Grêmio contra o Vitória no Barradão, outros dois na vitória de 2 a 1 contra o Vasco e o tento do título, no 1 a 0 contra o Ceará no estádio Olímpico.
“Deus quis me colocar num grande clube, na hora certa, com os jogadores certos e comissão técnica certa. Fui feliz e competente, fazendo todos os gols decisivos do mata-mata. Com um mês, meu contrato foi renovado por mais dois anos. Mas se não fosse o coletivo a equipe não conseguiria. Fui fundamental e hoje sei que sou ídolo”, afirmou.
O centroavante, embora tenha sofrido uma grave lesão em 1994 que o afastou dos gramados por sete meses, garante que o ano foi o melhor em sua carreira. Relembrando um pouco seu estilo do jogo, Nildo falou de sua evolução com Felipão e quando o time começou a ver que era possível a conquista.
“Eu sempre fui brigador, fazia o pivô e tinha pouca técnica. Mas com os treinos e orientações dele (Felipão) e do Zeca, seu auxiliar, eu evolui muito. Daí em diante eu peguei confiança de todos, torcida, imprensa e jogadores. Todos confiavam muito no Bigode. Depois que passamos do Corinthians, vimos que era possível”, lembrou.
Nildo depois de ser campeão da Copa do Brasil de 1994, ainda conquistou a Copa Libertadores em 1995 e o Gauchão do mesmo ano. Estes títulos e sua entrega e garra em campo o colocam como um dos ídolos da história centenária do clube