Grêmio extingue consulados femininos com base em novo regimento

Na semana do dia da mulher, Grêmio extingue consulados femininos

Na semana do dia 8 de março, dia Internacional da Mulher, as mulheres de vários consulados femininos do Grêmio acordaram com uma triste notícia: o encerramento das atividades e agregação aos consulados gerais, compostos em sua maioria pelo gênero masculino.

A argumentação por parte do clube é de que a modalidade de Consulado Feminino não consta no regulamento interno do corpo consular. Esse novo regimento foi aprovado em 29/01/2024, em reunião do Conselho de Administração do Tricolor Gaúcho.

A reportagem do Portal do Gremista entrou em contato Eroni Abella – fundadora dos Consulados Femininos do Grêmio. A maior preocupação é em relação à extinção da modalidade feminina e a união com os demais consulados, perdendo o espaço feminino conquistado com o trabalho árduo de mulheres há seis anos.

“Foram para a linha da união e unificação dos dois consulados, o feminino e o geral que é composto por 95% de homens desde sua criação. São seis anos de trabalho próspero e sólido realizado pelos consulados femininos em suas cidades. Agora querem impor a união das mulheres no consulado geral ficando adjuntas de consulados onde 98% tem um homem no poder. Queremos o nosso espaço como vem sendo há seis anos. Sempre fazendo ações conjuntas quando convier ou quiser. Cada consulado tem que ser independente. Estão obrigando as mulheres a se inserirem nos consulados gerais. Não quero que achem que é mais um mimimi de mulher”, explicou Eroni. 

Ainda, de acordo com Roberta Gomes, coordenadora dos Consulados Femininos Gremistas do Vale dos Sinos,  o trabalho do Consulado Feminino é aproximar cada vez mais mulheres do clube e se entende que isso é possível com o consulado específico, onde as gremistas podem se sentir a vontade para expor suas vontades, ideais e paixão pelo Imortal.

“Não queremos isso, muitas cidades as mulheres não tem espaço (não é o meu caso, aqui trabalhamos em conjunto, mas cada Consulado tem seu espaço) e foi através dos Consulados femininos que conseguiram se aproximar do clube, puderam vivenciar o amor pelo futebol, expor suas vontades e além de tudo isso ainda levamos o nome do Grêmio nas nossas cidades em prol das comunidades através de ações sociais”, explicou Roberta. 

A fundadora Eroni ainda conclui explicando que não houve nenhuma conversa ou debate sobre a medida implementada:

“As mulheres não foram procuradas para debater sobre essa decisão. Apenas foram comunicadas sobre o novo regimento escrito e aprovado pela atual administração, 100% homens, sem conversar sobre os anseios e as necessidades das mulheres gremistas. Não houve diálogo algum.”

Imagem destaque: Divulgação / Grêmio